quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Eu só estava feliz

(Ler ouvindo Bye Bye Tristeza - Sandra de Sá)

Você não é o homem da minha vida, eu não quero me casar com você, não quero pensar no nome dos nossos pimpolhos, nem vou ficar grudada no telefone esperando que você me ligue. E pela primeira vez ao pensar nisso, eu ri. Estávamos nós dois descansando na cama, eu estava imersa em meus pensamentos e nem percebi que ri de verdade. Você perguntou ‘'Você ta rindo?’' e eu não me importei. Não me importei com você, com o que você podia pensar, com o que você podia querer, com o que eu deveria estar fazendo, com a forma que você queria que eu estivesse, eu não me importei com nada. Eu só estava feliz. Respondi ao meu melhor estilo ‘Sim, eu deveria chorar?’ e você sorriu. Porque você sabe quem eu sou. E sabe que eu não estava me importando com nada que você pudesse pensar. E você me abraçou de novo, dizendo o quanto eu era cheirosa.Eu fiz mais uma piada irônica. Nos levantamos e você foi ver se alguém tinha te mandado algo no seu e-mail, eu fui me vestir e não me fiquei preocupada se você ia me olhar, se ia querer me abraçar de novo. Eu só estava feliz. Porque foi bom, mas não foi bom porque tinha que ser bom ou porque a gente se esforçou pra ser bom, foi porque foi. E esse é o melhor tipo de bom. Aí você achou um brinco meu na cama e pôs na minha orelha, enquanto me abraçava de novo. Pensei  "Que bonitinho'’. E foi só. Não imaginei nós dois numa grama verde, passarinhos e filhotes de labrador correndo em volta, enquanto anjos cantavam em coro. Nada disso, foi só bonitinho. Não quero que pense que isso te diminui. Não, pelo contrário. Você é lindo, tem um charme, que nossa. Nossa, nossa. Eu sonhava com você, lembra? Eu te achava um príncipe encantado. Aí você me provou por A+B com prova real, de que não era. E eu sofri, um dia, dois. Aí passou. Quando passou, foi que eu tive certeza, que podíamos nos relacionar. Foi incrível, sabia? Não foi o melhor, mas foi ótimo. Você é ótimo. Principalmente porque não me ama. E não esconde isso de mim. Eu me acostumei com falsas promessas, com ilusões  do tipo ‘eu te amo’ querendo dizer ‘quero te comer’. Mas você não disse. Você foi sincero, você foi homem. Eu sai do carro, e você gritou ‘'Para de rebolar, tesão!'’. E eu entrei em casa e fiquei ouvindo Time of my life, cantando alto. Eu só estava feliz. Como eu não ficava a muito tempo. Esse é o primeiro texto que faço em que não vou agradecer ninguém, nem xingar ninguém. Vou dar os parabéns a mim, por estar aprendendo a ser mulher. E aprender que nem todo carinho é amor, nem todo afago é paixão, mas que isso não significa que não pode ser bom.