terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Parabéns para mim, nessa data querida!

(Ler ouvindo  I want to break free - Queen)


Eu nasci, há exatos vinte anos atrás, numa sexta feira treze. Não acredito nessa superstição de data e tal, mas é fato que isso influenciou, afinal de “normal”, eu como sempre meio atrasada, só fiquei com o final e desde criança sou só o “mal”. Minha mãe começou a ter contrações pela manhã e antes do almoço, puft! O estrago estava feito. Eu nasci. Como boa desgraça que sou, vim acompanhada. De infecção hospitalar, problemas de saúde, brigas familiares. Desde menina, sempre fui muito quieta, chorava mansa pelos cantos, sem ninguém entender o motivo. Eu já percebia o que os adultos só foram entender mais tarde: eu era diferente. Eu sempre senti diferente das outras pessoas, sempre fui esquisita demais. Nunca vi a felicidade no lugar que todo mundo via e demorei muito tempo pra encontrar a minha. Com a cara enfiada nos livros eu começava a provar que as teorias do meu tio bêbado estavam certas “... essa menina nunca foi certa das idéias”. Minhas idéias sempre foram tortas. Sempre encostadas. Foi aí que desisti de tentar ser igual e assumir de vez o papel que sempre foi meu. O de ovelha negra. O pé de café, no meio do milharal. Desde então, eu cresci. Cresci e percebi que minhas palavras incomodavam. Nascia aí, a minha vingança contra o mundo. Minha vingança contra mim, talvez. Contra meu tio embriagado, contra minhas primas normais que arrumam namorados e vão a igrejas e tem amigas iguais a elas. Contra os caras que tinham medo da minha força interior, da minha opinião, do meu jeito de nunca achar nada muito, de eu sempre ter que ter algo mais e falar algo mais e sentir algo mais. Contra um mundo que não me permite ser inteligente se quiser casar e ter filhinhos, um mundo que quer me obrigar a ser sonsa e aceitar de cabeça baixa a realidade. Contra as pessoas que se esfregam de noite, mas que não se assumem, que precisam se entupir de químicas e pessoas e músicas e máscaras e óculos e roupas. Contra mim, que demorei tanto tempo pra me entender, me completar, me aceitar, me assumir. Hoje eu percebo que, há vinte anos nascia uma história. Há vinte anos foi o começo de uma revolução. Eu não quero pouco e não admito o simples. Quem quiser, vem comigo. Não me traga bolo, nem presente, nem festa, nem vela. Mas se vier, venha inteiro. É só isso que peço, e não espero. Daqui eu vou, e sempre mais alto, meu destino é o céu. Meu destino é a luz. Com minhas palavras de idéias tortas, com meu chinelo no pé, meu riso sem graça e minha força. Essa é minha bagagem e minha história. Esse é o rosto dos meus textos, a minha cara dada à tapa, a minha luta diária. Feliz aniversário pra mim...





4 comentários:

  1. Parabéns pela data!
    Muito legal Marilyn Monroe de fundo :D

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  2. 20 anos?? E toda essa bagagem emocional, toda maturidade na escrita, toda sensibilidade no olhar? Parabéns, ser diferente deve ser muito bom, porque sei que chato mesmo é ser normal demais. Não pare ok? Continue sendo única e diferente! Jonathas Dourado.

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  3. ameeeeeei teu bloog *-*'
    andreesa liima (:

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  4. Thais... sua linda! texto lindo, menina meiga, inteligente, emocionante, mulher!
    Eu amo vc, sem ao menos ter um contato,suas palavras me encantam porque sei que vc é verdadeiras! Lu

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