segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Sobre re-começos.


Ler ouvindo Walk on.


A vida segue. Pra mim, é a lição que fica desse ano bagunçado de 2013. Depois de muita rasteira da vida, de muito choro e dias vividos como se fossem os últimos, eu entendi: a vida segue. E começa ano, termina ano... Mas a vida continua seguindo. Tomando seu rumo, nos levando pros lugares que devemos ir, conhecendo as pessoas que devemos conhecer, nos despedindo daquilo que já não fazia parte de quem somos. Não é que eu confie completamente no destino, sabe? Mas eu percebi que é bobagem tentar lutar contra o que vem pela frente. E você pode chamar isso de Deus, de karma, de missão. Eu chamo de vida. Esse ano eu aprendi dar valor a vida. Bonito isso, né? Eu tô feliz. Depois de passar a minha vida toda colocando vírgulas, esse foi o ano dos pontos finais. Não é porque você poe um ponto final que a história acaba, você sempre pode começar outro parágrafo. Uma outra folha, outro livro, outra história. E deixa aquilo que passou guardadinho de lembrança. Mas vive uma vida nova. Eu assumo hoje, toda a experiência dos meus 22. Com um sorrisão na cara e medo nenhum de viver. A gente apanha tanto da vida pra entender isso. Hoje eu to querendo mais é viver, é que a vida siga e me leve junto. Que os tropeços no caminho sirvam de impulso. To mais perto de Deus, to mais perto da minha família, to mais perto do amor. Tô tranquila. É isso que eu te desejo, também. Bastante fé. Desejo que você entenda que a vida não é sempre bonita, mas ela sempre continua. E que não importa o tamanho da sua dor, o mundo não para. A gente tem que cuidar dos nossos machucados e seguir em frente. A gente nunca pode parar. A gente sempre tem que tentar de novo. E de novo, se precisar. A gente sempre pode fazer algo a mais, a gente sempre pode fazer a diferença. Eu não costumo fazer promessas no Ano-Novo, nem acredito em superstições. Mas o que eu quero pra esse ano que começa é que ele seja exatamente como se propõe: que seja Novo. Que venha com paz e cheio de oportunidades. Que nenhum de nós perca a fé. Que nenhuma maldade de gente pequena seja capaz de destruir nossos sonhos. 
Que tenhamos força pra seguir.
Que apesar dos pesares, a gente siga. 
To infinite and beyond.








quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Mais uma de amor.


Ler ouvindo 3x4.

As vezes eu olho pra você, enquanto você tá dirigindo com sua pose de homem e penso que nada e nem ninguém no mundo, me fariam tão felizes. Eu penso que não existe nenhum outro lugar que eu gostaria de estar a não ser ali, olhando pra você dirigir. Eu não consigo achar sequer um motivo besta pra não te amar. E meu Deus, isso é terrível. Como é que pode? Justo eu. A senhora dona da razão que sempre encontra um "porém" em tudo. Eu te amo. Assim, bem simples. Eu amo as suas costas largas e dormir no buraco do seu peito, enquanto você respira fundo e passa os dedos nas minhas costas, me dando arrepios. São coisas tão simples. Eu amo quando você faz alguma coisa, só pra me ver rir. E é impressionante como você realmente consegue. Com você, a vida é mais fácil. As coisas pesam menos, as dores ficam pequenas, os monstros são bichos de estimação. Eu amo sua voz calma, quando me beija a nuca e diz que não viveria sem mim. Até as piadas sem graça são legais, quando é você que conta. Além da sua cara de mal humorado que me diverte o dia todo. Eu amo a nossa promessa de nunca dormir brigados. Eu amo a história das nossas vidas e como nos encontramos tantas vezes, mas só ficamos juntos na hora certa. Eu amo seu riso quadrado e suas coxas de jogador de futebol. Eu amo o cheiro das nossas roupas juntas. O cheiro que fica no meu pescoço, quando você me abraça depois de passar seu perfume amadeirado. Gosto do jeito como você me olha quando quer que eu te busque algo, eu sempre me divirto sozinha do jeito como eu nego e depois vou buscar. Amo o jeito como você acorda, dengoso, sonolento e meio confuso. Amo a nossa plenitude sutil. A forma como você me ajudou a me aproximar da minha família e beber água. Os nossos feriados regados a bebidas com boa companhia e os nossos domingos preguiçosos em que transbordamos de amor. Nós costumamos transbordar. Do mesmo modo, eu também amo os nossos excessos. Exagerar é bom de vez em quando, foi você que me ensinou. Eu amo até as nossas despedidas. Mesmo longe de mim, o seu sorriso me traz uma energia boa que me alimenta. Amo, sobretudo, a sua volta. E nem existe tecnicamente uma volta, porque nunca ficamos mais de dois dias longe. Eu amo nossas declarações de amor, na cama. As nossas loucuras e piadas internas. Eu amo nossa cumplicidade. Eu amo cada coisa que a gente compartilha. Músicas, filmes, idéias, bobagens, loucuras, fluídos. Tudo. 
E foi com você que eu descobri que o amor não precisa de euforia. O amor precisa de verdade e sintonia. 








quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Do lado de dentro.



Ler ouvindo Vento Ventania.

Eu sei voar. 
_E como pode isso, menina? 
Não sei, só sei que sei. Eu sei que o voar é perigoso, sei que não tenho asas, mas ... Mas eu sei voar. Uma vez, um andarilho me deu um anel de ferro em formato de asas e me disse que eu tenho alma de borboleta. Eu sorri e guardei o anel. Acho que guardei as asas, também. Eu sei voar. Eu aprendi bem nova, quando brincava sozinha no jardim e fingia ser pássaro junto com os pardais. Eu sentia o céu bem perto. Olha só um segredo: as minhas asas são pra dentro, não conta pra ninguém. Eu fecho os olhos e vejo o mundo de cima e de ponta cabeça. Num rasante, eu volto. E não há gaiola que me prenda, não há zoológico que me queira. Quem já voou pra fora, sabe o que é sentir o vento no rosto e a adrenalina em cada parte do corpo. Mas eu? Eu não. Eu sei voar pra dentro. Eu sei voar em cada partezinha de mim, dos outros, dos segundos, da vida. Nos risos eu dou piruetas e faço acrobacias no ar. Nas dores, eu plano. Eu me liberto em mim e me faço livre, como devo ser. Sou como nasci pra ser: com asas. Eu sei fazer voar também, enfrento a vida como quem canta uma canção. Com seus tempos e contratempos. 
_Me ensina também, menina. Me ensina a voar. 
Vem comigo, então. Sai de sí, vem de encontro ao mundo. As tuas asas só precisam de espaço, joga fora tuas angústias. Te liberta, tem tanto aí dentro. Tem tanta dor. Teu corpo é quente. Pra que esse frio todo? Joga teus braços de encontro ao vento e vê se sorri mais. Para de medir força. Se quer voar, é preciso viver o mais leve possível. Cante mais alto, reclame menos. Abre teus braços e abraça o mundo. Chega de pensar em ter mais objetos, lá no alto nada disso importa. Lá no alto, só o que importa é ser quem você é. 
Seja quem você quer ser, sem pesos. Só seja. Voe.