quinta-feira, 9 de junho de 2016

O novo.

Ler ouvindo Pillowtalk.



O novo chegou metendo o pé na porta e mostrando os documentos. 
Diz que veio pra ficar. 
O novo abriu as janelas e arejou a casa. Tem cheiro de casa limpa e café de manhã. 
Ele tem nome de lorde. Tem olhos que parecem ter visto de tudo e conta histórias sobre todo tipo de gente. O novo varreu a casa e não se importou em encontrar tudo uma bagunça. Me pegou no colo e ouviu cada uma das minhas historias, por piores que fossem. 
O novo já me viu chorar. 
E ficou. 
Como disse que faria. 
O novo não se surpreende com meu humor ácido e minha falta de jeito. Ele não tem medo de mim. E tem aquele cheiro bom de gente que é de verdade. 
O novo chegou sem qualquer aviso prévio, sem deixar me preparar. 
E diz que tudo bem, assim. 
Ele me abriu a casa, a vida e sua história, na mesa. Disse que não era grande coisa, mas ele nem sabe que sinceridade daquele jeito dele já é muito. O novo não gosta de falar de amor. 
Assim como eu. 
E me faz pensar em coisas que eu já não sabia mais. O novo me faz ter ciúme. E não é qualquer ciúme não, é aquele bem desgraçado. Coisa que eu não sabia mais o que era. O novo me trouxe sossego. 
Junto com meu doce favorito e um beijo na testa. 
E mais um monte de discussões ansiosas. E outro beijo na virilha. Com aquela cara de cafajeste que quase me mata. 
O novo é bom. 
Faz bem. 
Justo eu, justo agora. 
É, o novo.



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